O exercício da simplicidade

"Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade

Independente dos deslizes dentre todos os felizes
Sou o mais feliz"
(Luiz Tatit - Felicidade)

Quase todas minhas inscrições para corridas foram em momentos de euforia, meio apressado, sem pressão, sem pensar. Você treina, fica cansado, abandona a boémia (e a bohemia), dói o joelho, a perna, o pé... pra quê? Em toda largada penso: "Essa é a última, depois dessa eu paro!". Será que é só pra encher uma sacola de medalhas?

Não! É a felicidade de percorrer o caminho, em apreciar o ambiente em cada passo dado, de cumprir um objetivo pessoal (diferente daqueles forçados, no qual somos obrigados a fazer).

A felicidade está nas pequenas coisas, nas fáceis de fazer, na simplicidade: num dia pra vadiar, em escutar uma música, apreciar uma pintura, naquele passe que antecede o gol, em rir sem motivo, num olhar de mulher, nas palavras do poeta, na luz no coração... Só conseguimos enxergar alguma coisa quando fechamos os olhos para o excesso. Do "Pequeno Príncipe" ("O Principe" fica pra outro post) :

"O essencial é invisível ao olhos, só se ve bem com o coração"

Cuidado compaheiro, a vida é uma só! Coloco mais um texto para pensar, do rei Salomão:

"Também eu sou um homem mortal, igual a todos, filho do primeiro que a terra modelou, feito carne, no seio de uma mãe, onde, por dez meses, no sangue me solidifiquei, de viril semente e do prazer, companheiro do sono. Ao nascer, também eu respirei o ar comum. E, ao cair na terra que a todos recebe igualmente, estreei minha voz chorando, igual a todos. Criaram-me com mimo, entre cueiros. Nenhum rei começou de outra maneira; idêntica é a entrada de todos na vida e a saída."

É isso aí!
Abraços